O projecto NA MESA COM... surgiu naturalmente de uma vontade de materializar e partilhar obras de arte comestíveis e com um valor substancial na nossa alimentação, bem estar físico e mental...Visamos englobar várias áreas transversais no que concerne a todo o contexto cultural, várias temáticas culturais e artísticas que convergem num só projecto. Este é por nós visto como um casamento perfeito entre o bom gosto e a utilidade pública. Tentamos melhorar um dos nossos prazeres que cedo se transformou em trabalho sério e exigente, mas claro, sempre com uma considerável dose de boa disposição e vontade de aprender mais e experimentar mais prazeres gustativos, musicais e não só...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Na mesa com... O prelúdio de uma bola de neve chamada Amor...

Tracey Emin
Fighting for Love, 1998


Como nos natais, aniversários e datas afins, o dia de São Valentim não é excepção quando toca ao nosso empenho pontual em assinalarmos um sentimento que faz mote em todos os festejos do género ele é, - o Amor. Ele é o sentimento mais camaleónico de todos, o mais ambíguo, nele se escudam os maiores argumentos de toda a história romanesca. A verdade é que nos dias que correm chega a ser insuportável digerir toda a informação que nos ancora sob todas as diversas formas para que não nos esqueçamos que temos de celebrar algo (mas só nesses mesmos dias!), porque se não o fizermos sentimo-nos mal... Nos natais, escreve-se em postais brilhantes com o paleio de sempre e compram-se coisas, nos aniversários "votos de muitos anos de vida" num bolo muito kitch e voltamos a comprar coisas...Nos dias de São Valentim, também trocam-se frases feitas (quando há feedback) em sms´s, e-mail´s, fala-se em chat´s e compramos ainda mais coisas... Mas raramente escrevem-se cartas de amor em papel...Há quem ouse chamá-las de missivas "do antigamente", elas passaram a ser vistas e entendidas como do antigamente porque nós permitimos...Já agora escreva. Em papel claro! Se possível com caneta de tinta permanente, tudo ficará mais genuíno até mesmo o borrão de tinta que cai acidentalmente e que por ele temos de esperar para que seque... Não caia na frivolidade de enviar um e-mail, não descurando o seu conteúdo como é obvio, mas não lhe soa a amor de contrafacção?!... Sabe, uma carta escrita "à unha" exige mais de nós...Não se lembra de tentar escrever com a caligrafia mais legível possível para que o outro/a entendesse e sentisse TUDO? Pois é, para além disso torna-a genuína porque nenhuma caligrafia é igual...As cartas também nos fazem ir aos correios ou deixá-la à socapa no vão de uma janela ou no bolso de um casaco...É aqui que o frisson começa! E assim nasce a bola de neve que é o Amor sem peso e medida... Até onde ele nos leva afinal?! É insistirmos num amor falhado e mascará-lo num suposto novo contexto na tentativa de recuperarmos o insucesso do outro. Estes movimentos cíclicos de procura pelo outro eu (sim, não pense que os opostos se atraem é pura especulação popularucha), por vezes, demoram uma vida inteira a encontrar a paz e coerência, encurtar esta busca doentia só depende sobretudo de si, na vontade de mudar a narrativa pessoal de vida e de como nos relacionamos connosco e com os outros... Aceite de uma vez por todas que a vida a dois tem momentos menos interessantes... Não rigidifique o Amor! Afinal de contas, não ousamos dar largas à imaginação para superar esta rigidez emocional, não tenha medo de falhar nem se escude no argumento da falta de tempo porque hoje mais do que nunca temos a liberdade como aliada, porque, para além de um direito é uma formula e fonte de amor inesgotável... Então liberte-se! Combata a rigidez a dançar por exemplo, para começar um slow (há quanto tempo não dança um?!) ao som de Brel com a La Chanson de Vieuw des Amants, Rolling Stones That´s How Strong My Love is, David Bowie com Sorrow, ou até mesmo com Elvis Presley na famosa música de amor Love Letters...
Se se sente perdido/a não há nada como tentar encontrar-se primeiro para encontrar o/a outro/a...

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